domingo, 20 de maio de 2012

Soluçao para o SNS ( para quem não sabe o sns é o serviço nacional de saúde)



Tenho uma teoria que pode salvar o SNS da futura bancarrota e melhorar seriamente a qualidade do mesmo, passo a explicar.

Em meu ver o SNS deveria funcionar como aquelas oficinas auto em que os clientes chegam e sabem exatamente o que querem, por exemplo, eu chego á oficina Autoqualquercoisa (chamemos-lhe assim) com o meu fiat uno 1.0 de 1988 a deitar fumo amarelo e com um barulhinho estranho no motor e digo :
" Bom dia, era para mudar o óleo e substituir as velas que ali  a máquina esta a fazer um barulhinho esquisito e deitar fumo amarelo"
E o empregado ou patrão responderá:
 " Sim senhor, pode vir buscar a viatura ás 15.00 de amanhã".
 E pronto é isto, não há cá, se calhar é preciso mais isto ou mais aquilo ou então pode ser não sei do quê, não, é isto e pronto no dia seguinte é só pagar e levantar a viatura, o que é que isto tem a ver com o SNS ? Perguntam vocês, caros cibernautobloggers, e eu vou de imediato responder, não soubesse eu tudo.
Fechem os olhos e tentem imaginar o seguinte, não, não fechem os olhos senão não conseguem ler o que é que eu quero que vocês imaginem, imaginem só o seguinte: um sujeito qualquer, (vamos-lhe chamar Sr. Albino Albano) dá-lhe uma dor no peito e decide dirigir-se ao médico de família, então o Sr. Albino Albano entra no consultório e acontece o seguinte:
SR. Albino Albano – Bom dia Sr. Doutor.
Sr. Doutor – Bom dia, então Sr. Albino o que o trás por cá?
SR. Albino Albano – Bom, hoje deu-me aqui uma dor no peito, e então decidi vir cá para marcarmos um transplante, que eu acho que aqui a maquina já deu o que tinha a dar.
Sr. Doutor – Sim senhor Sr. Albino, deseja mais alguma coisa?
(entretanto o Sr. Albino Albano começa a tossir fortemente e a cuspir sangue)
SR. Albino Albano – Olhe, já agora receite-me aí umas pastilhas, que esta tosse não me larga.
Sr. Doutor – Você manda Sr. Albino, vamos então marcar o transplante para amanha ás 15.00, as pastilhas é que pode já aviá-las hoje, pode tomar duas de 8 em 8 horas.
SR. Albino Albano – O QUÊ? MAS É QUE NEM PENSE, ESTÁ–ME A ENGROPIR OU QUÊ? O QUE FALTAM PRÁI SÃO CONSULTÓRIOS !!!
Sr. Doutor – Pronto Sr. Albino, acalme-se, tem razão, pode chupar as pastilhas como bem lhe apetecer.
SR. Albino Albano –Ah bom, assim está melhor, então ate amanhã.
Conseguiram imaginar isto tudo? Ótimo, onde é que eu quero chegar com esta lenga-lenga? Quantas vezes não foram ao médico e lhes pareceu que ele vos estava a enganar?
Ou aquele primo meio coxo que foi ao médico por causa de uma dor num testículo e saiu de lá com uns óculos de ver ao perto?
Ah pois éééééé. Quem é que desconta para o SNS?
 Somos nós, por isso nós é que sabemos o que é melhor para nós, nós é que sabemos onde nos dói, no caso do Sr. Albino Albano afinal não era preciso nenhum transplante, acho que aquilo era só gases, mas pelo sim pelo não o homem ficou com um coração novo.
Claro que este novo modelo também tinha de ter regras, como um plafond anual para cada utente gastar como bem lhe apetecesse, para evitar que se fizessem diagnósticos e tratamentos em excesso.
 Agora vocês perguntam, e se o utente fosse ao médico e lhe pedisse para fazer uma lipoaspiração porque se andava a sentir inchado e ele viesse a falecer porque na realidade ele tinha os intestinos engatilhados um no outro e era isso que lhe estava a provocar a sensação de inchaço?
E se o utente estivesse inconsciente e desse entrada no hospital? Eu tenho a resposta.
Aantes do utente fazer qualquer tratamento, teria de assinar um termo de responsabilidade que livraria o medico de toda e qualquer responsabilidade por tratamentos inadequados.
 No caso de uma urgência hospitalar com perca de sentidos, teria de ser o familiar mais chegado a tomar uma decisão, por exemplo, o Sr. Anacleto Antunes caia de um andaime e fazia uma contusão com traumatismo craniano a precisar de uma sutura e perdia os sentidos, aquando da chegada ao hospital, era contactado o familiar mais próximo, (e quando digo mais próximo, quero dizer o que estiver mais perto do hospital, porque o caso pode ser de vida ou de morte) e esse familiar é que olha para o utente e decide o que vai ser feito, neste caso o primo do Sr. Anacleto Antunes, olha para o Sr. Anacleto todo ensanguentado diz para o médico:
 “Bem Sr. Doutor, o meu primo sempre se queixou com dores nas costas, mas andava sempre a evitar vir ao médico, por isso, faça-lhe uma massagenzita com um anti-inflamatório e uns benurons de 8 em 8 horas, que isso deve passar.”
 Ao que o médico poderia responder:
  “Mas você esta louco ou quê? O seu primo precisa é de ser suturado, pois sofreu um traumatismo craniano e pode entrar em estado de choque a qualquer momento.”
 Ao que o primo do Sr. Anacleto Antunes poderia replicar com um:
  “Ó meu amigo, mas quem é que desconta para o SNS? É você ou é o meu primo? Faça lá mas é o que eu lhe disse senão vamos a outro hospital e ainda fazemos queixa de si.”
 Isto sim era serviço público, o cliente era atendido conforme sua vontade e ficava sempre satisfeito, e mesmo que não ficasse não podia reclamar porque tinha assinado o termo de responsabilidade que livrava o médico de toda e qualquer responsabilidade.
Feita uma análise em jeito de síntese, o estado poderia arrecadar milhões de euros (arrecadar não, que eles não são de arrecadar nada, teriam mais para esbanjar em coisa inúteis) em indemnizações por diagnósticos errados e tratamentos desnecessários e ineficazes, já para não mencionar que iria criar inúmeros postos de trabalho, nomeadamente nas agências funerárias.

PS – Ando aqui com uma dor, acho que isto deve ser fibromialgia. Ah se ao menos este sistema já estivesse a funcionar. Vamos ter de esperar, já enviei este memorando por e-mail para o ministro da saúde, mas a única resposta que obtive foi um vídeo com umas gargalhadas, não sei o que isto quererá dizer.


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