A prova desportiva mais dura do mundo.

Hoje, e como o título do post indica, venho desmistificar qual a mais dura prova no mundo do desporto.

Há quem diga que é a volta á França, e eu digo que isso é uma estupidez porque não se diz volta á França, assim como não se diz volta ao Portugal, além disso o que é que custa pedalar? Agora as bicicletas são elétricas e existe ainda a ajuda preciosa do doping?

Há quem afirme que é o ténis e que uma partida pode durar seis ou sete horas, pois bem, é duro sim, os tenistas até sofrem do cotovelo de tenista, mas sempre que querem podem descansar, beber água, ir ao w.c.  e além do mais não estão parados, estão em movimento e os músculos assim não adormecem.  O ténis é quase como andar a ceifar, tenho uma prima que ceifa de sol a sol só com uma pausa de 30 minutos para a bucha e nunca a ouvi queixar de ter cotovelo de ceifadeira.

Há  ainda quem defenda que é o rally Dakar, e eu digo, pffff o que é custa andar de carro ou de mota por caminhos que não lembra a ninguém? Tenho um primo que é vendedor de ração para gado ovino e todos os dias percorre centenas de kms na sua viatura e por caminhos que não lembra a ninguém, e nunca o ouvi queixar-se de ter perdido tempo para o vendedor que vai em primeiro lugar no ranking ou que a etapa desse dia tenha sido dura, já o ouvi dizer que tinha perdido uma hora ou duas na tasca do Manel e que o dia tinha sido duro por não ter vendido nada, isso sim.

Bom, deixemo-nos de cantigas que eu aposto que estão em ansias para saber qual a prova desportiva mais dura do mundo, fiquem então a saber que é o Xadrez, sim sim o Xadrez, passo a explicar

Imaginem a final do campeonato do mundo de xadrez que é disputada em doze partidas e em caso de empate há uma finalíssima, sendo que cada partida tem a duração média de 3 a 4 horas, logo aqui é duro psicologicamente, dois atletas de topo que sabem á partida que podem estar a ali a jogar 36 horas e correm o risco de empatar, tendo de realizar mais uma partida extra para definir o campeão,  na minha opinião isto devia ser á melhor de 13 e pronto.

Depois temos o fator “estar sossegadinho, caladinho e concentrado no que o outro está fazer”, imaginem estar sentadinho numa cadeira a olhar para outra pessoa e para os seu movimentos, sendo que, não é uma gaja boa nem alguém a contar anedotas, as idas ao w.c também estão fora de questão pois ficamos sempre com a desconfiança que o outro gajo mexeu nas nossas peças ou jogou duas vezes seguidas.

Agora imaginem ter que estar sossegadinho, caladinho, á rasquinha para urinar, concentradíssimo, durante 36 horas, e pensarem que esta agonia se pode prolongar em caso de empate, sempre a olhar para o tabuleiro e com dores no traseiro, sem a ajuda preciosa do doping, porque não há doping para desportos que não fazem suar,  já vi torturas menos penosas.

Falta mencionar as lesões  gravíssimas que podem advir desta modalidade, conforme podem comprovar pela foto em baixo, esta foi a lesão que obrigou Garry Kasparov a abandonar o mundo do Xadrez de pois de uma final que teve  a duração de 43 horas.