segunda-feira, 16 de julho de 2012

Inovação turistica


Muito boa tarde a todos, eu sei que tiveram saudades mas este fim-de-semana tive um compromisso inadiável, ou seja, tive a apresentação do meu livro no mini mercado da minha tia Gertrudes em Ladainha-a-Nova e sessão de autógrafos, bom não era bem um livro, era uma sebenta, e era oferecida na compra de três garrafas de vinho tinto, no final eu assinava a sebenta mas ninguém parecia querer saber, no fundo a minha tia precisava era de ajuda lá no estaminé, pronto apanharam-me. (quem quiser pode conhecer a minha tia aqui http://o-ome-perdao-o-homem-que-sabe-tudo.blogspot.pt/2012/05/os-sapos-e-os-ciganos-ou-os-ciganos-e.html )

Bom, hoje venho-vos falar de uma lacuna existente no turismo português, todos nós apreciamos o que é feito de modo tradicional, á antiga, sem rodeios etc. e tal.

A prova disso é o turismo rural no Douro, em que as pessoas pagam para poderem vindimar, eu acho isto um pouco estranho, quando eu era um jovem de tenra idade cheguei a ganhei uns trocados na vindima, e era do modo tradicional, querem ver que estou há vinte anos a dever dinheiro ao Sr. Hermenegildo? (que era o dono das cepas e quem me arranjava trabalho)

A conclusão a que eu chego é que o que é tradicional está em desuso e em vias de extinção, por exemplo, o sexo tradicional sem contracetivos está em desuso e por isso a taxa de natalidade tem vindo a baixar, já para não falar que os preservativos não se podem reciclar, eu já tenho em marcha um projeto para fazer pastilhas elásticas através da reciclagem destes contracetivos, mas a asae está-me a dificultar o processo.

 Outro exemplo é a polícia que deixou de usar os métodos tradicionais, ou seja, dar porrada em quem se porta mal, e por isso a criminalidade ao contrário da natalidade tem vindo a aumentar, aposto que os bandidos até já têem saudades de levar umas velhas e boas bordoadas no lombo com o cacetete.

Ainda outro exemplo está na maneira como confecionamos a comida e como ela nos é apresentada, já ninguém faz pão no forno de lenha, já ninguém mata o porco e faz chouriços, já ninguém amanha um bocadito de terreno para ter umas favas ou umas cebolas, tudo é vendido, embalado em celofane, em lata, ou congelado.

Muitos podem dizer, “ah mas eu moro no centro de Lisboa e não posso fazer nada disso”, enganam-se, com um pouco de boa vontade tudo se consegue, quantos de vós não possuem um quarto a mais nas vossas habitações, não me digam que não cabe lá um porquito em vez de terem uma secretária e uma estante. E o micro-ondas? Quantas vezes o usam por dia? Ao menos usem um micro-ondas a lenha, que é o que eu faço. E o talho do Sr. Zé? Quantas vezes lá foram este mês? Pois é, é mais fácil comprar tudo embaladinho e bonitinho e meter tudo na bimby, e o Sr. Zé, coitado, fica lá com a carne para fazer hambúrgueres para a roulotte do pápáqui não é?

Isto tudo para vos apresentar o turismo, e agora vem a parte melhor, o turismo suinícola, sim leram bem, agora vão poder tratar do gado suíno, mas tudo do modo tradicional, vão poder alimentar os animais com maçãs e batatas podres, vão ter oportunidade de limpar os currais com um rodo e descalços, para ficarem com as unhas dos pés bem encardidas como os nossos trisavós costumavam ter, e vão ter oportunidade de abater um animal com uma faca ferrugenta e chamuscar-lhe o lombo.

 Isto tudo num ambiente rural e o melhor de tudo é que é a pagar, sim porque se fosse á borla ninguém ia achar piada nenhuma.

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